Cometi um grande erro em minha infância e isso acarretou a morte do meu pai. Há sete anos eu segui meu pai durante um de seus dias de trabalho, que por sinal foi o último deles. Ele saiu vem cedo, como fazia sempre, na direção das ruínas. Meu pai sempre foi um Caçador muito reconhecido pelas suas conquistas, raramente ele chegou a falhar. Quando solicitavam alguma coisa a ele, praticamente já era êxito garantido. As dificuldades da profissão e sua persistência o transformou em um homem forte. Sempre discreto, assim como todos os membros da nossa facção, meu pai procura ocultar sua imagem, para não chamar tanta atenção, já que sua fama corria solta por toda Chromia.

Neste fatídico dia, eu segui meu pai em sua missão. Por algum motivo eu consegui ser furtivo o suficiente para que ele não notasse a minha presença. Mas o que leva uma criança de onze anos a se arriscar assim? Curiosidade. Era o que sentia. Eu queria descobrir como era na prática a vida de um caçador. Eu o admirava. Queria ser como ele um dia, mesmo sem qualquer reconhecimento. Mas eu sempre quis me sentir forte, persistente e vitorioso. Assim eu poderia sempre ter um bom dinheiro para fazer tudo que desejasse. Quando meu pai chegou então a zona onde encontraria os monstros que procurava, fui capturado por um deles e só então ele notou minha presença. Ele tentou de todas as formas me defender, mas acabou dando sua vida pela minha. Consegui fugir, enquanto os monstros devoravam seu corpo. Fui covarde e jurei por mim que seria a última vez que eu sentiria medo e fugiria de uma criatura. Eu serei tão bom ou muito melhor do que um dia meu pai já foi.